O MÚSICO ELOY FRITSCH, um dos tecladistas mais respeitados do Rock Progressivo no Brasil, anuncia a conclusão das gravações de seu novo álbum instrumental, com lançamento previsto para este ano. O projeto reúne sete composições inéditas e marca uma virada emocional e estética na carreira de Fritsch, nascido em Caxias do Sul e radicado em Porto Alegre. A produção do disco foi profundamente impactada por dois eventos extremos.
Em 2023, o estúdio do músico, que também faz parte da banda Apocalypse e também é professor e pesquisador na área de Música Eletrônica na UFRGS, onde criou o Laboratório de Música Eletrônica (LME/MIDILab), foi destruído durante um ciclone que atingiu a orla do Guaíba, na zona sul de Porto Alegre.
E no ano passado, a enchente histórica que assolou o Estado, voltou a interromper os trabalhos de gravação, como explicou o músico: “O que aconteceu nos últimos dois anos foi inacreditável! Sempre pensamos que nunca irá acontecer conosco. Mas um dia um ciclone passou e devastou meu estúdio. Ainda me lembro dos momentos que me arrisquei entrando debaixo de galhos e árvores que caíram sob os instrumentos para tentar salvar anos de investimento. Ainda bem que minha família não foi atingida. Para piorar ainda ocorreu a tragédia da enchente que afetou a todos que moravam perto de rios”, contou.
Mesmo diante das dificuldades, o músico escolheu, na época, não divulgar publicamente o ocorrido, concentrando esforços em salvar o que era possível: “Tudo aconteceu tão rápido e precisei canalizar as energias para salvar os equipamentos, partituras e livros, muita coisa perdida em meio aos escombros do meu estúdio, depois a energia foi para trabalhar e reconstruir aos poucos”, recordou.
O resultado dessa fase de superação se reflete diretamente nas novas músicas. De acordo com Fritsch, o disco terá uma sonoridade mais sombria e uma estrutura mais compacta, comparada aos seus trabalhos anteriores: “Assim como foi no período sofrível da pandemia em que ficamos doentes, acredito que os acontecimentos ocorridos nesses últimos dois anos serviram para mudar um pouco a característica das músicas que vinha produzindo até então. A pandemia, o ciclone, a enchente, todos são fatos que somados interferem no meu ímpeto composicional. Tudo que aconteceu de certa maneira tornou o processo de criação diferente”, destacou.
O conceito gráfico do álbum também carrega essa carga simbólica. A capa trará a imagem de um dragão furioso enfrentado por um mago com uma espada: “De certa maneira o Dragão representa as dificuldades e os medos que precisamos enfrentar na vida para conseguir realizar os sonhos e nos mantermos vivos. Já o Mago é aquele que precisa de uma energia sobrenatural para conseguir enfrentar o Dragão e ainda tentar encantar a todos com seu talento”, disse.
As novas composições seguem uma linha similar à suíte instrumental “High Places Part I”, faixa de destaque do álbum “Moment in Paradise” (2020), trabalho que rendeu ao músico o Prêmio Açorianos de Música como Melhor Instrumentista.
Escute “High Places Part I” no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=IgUth9Hzyuk
Escute o álbum “Moment in Paradise” no Spotify: https://open.spotify.com/intl-pt/album/12n6RN1JhVTyBcGaRpgCQq

Nenhum comentário:
Postar um comentário